Visita à Herdade dos Templários

Recentemente tive a oportunidade de me deslocar à Herdade dos Templários, em plena Quinta do Cavalinho, por forma a provar os novos vinhos lançados sob a marca “Templários”, de 2009/2010 e mais uma ou duas fantásticas surpresas. Tendo como cicerone o Saul Gonçalves, o responsável pelo marketing da empresa, fiquei verdadeiramente impressionado com quatro dos vinhos que tive oportunidade de provar. A saber: o Tinto Touriga Nacional/Syrah de 2009, o Rosé Touriga Nacional de 2010, o Herdade dos Templários Grande Escolha Tinto de 2005 e o misterioroso mas não menos fabulástico "vinho licoroso" que será lançado dentro de alguns meses, ainda sem nome definido. Em suma, grandes vinhos "made in Tomar", resultantes do trabalho árduo e sério de uma experiente equipa técnica liderada pelo enólogo Leonel Cruz, resultantes da perfeita conjugação entre a tradição, a tecnologia e know-how, aliados ainda a uma rigorosa selecção de castas e à poderosa arte do saber vinificar. Que não existam quaisquer dúvidas que estamos perante grandes vinhos portugueses, reconhecidos em concursos nacionais e internacionais por variadíssimas vezes.

Começando pelo Touriga Nacional/Syrah de 2009, posso dizer que se agora estamos perante um grande tinto, que vai dar muito que falar nos próximos tempos, o que se poderá dizer dentro de uns dois a três aninhos (isto se ainda existirem algumas das sete mil garrafas produzidas) ?! De cor escura, sem ser opaca, com nuances granada, um aroma interessante com boa intensidade, que revela notas florais, muita fruta escura (groselha, ameixa e cerejas), especiaria, chocolate, tabaco, esteva e algum balsâmico, uma interessantíssima boca, com uma bela acidez, vivacidade, taninos de qualidade e um corpo portentoso. Final longo, equilibrado e seco, com alguma complexidade e persistência. Em suma meus caros amigos, este blend, de partes iguais Syrah e Tourgina Nacional, é um verdadeiro luxo ribatejano. A minha classificação pessoal fixa-se nos 92 pontos.

Passando para o Rosé Touriga Nacional de 2010, bastaria dizer que é tão só um dos melhores rosés que alguma vez provei na vida. É fantástico pela cor framboesa, um vinho cheio de brilho, com aromas vigorosamente frutados e fortes a groselha e framboesas. Na boca revela-se depois supreendentemente macio, fresco, estruturado, sedoso, com uma leve secura e um final bem marcante. Em suma, é a Touriga Nacional em todo o seu esplendor rosado. A minha classificação pessoal fixa-se nos 94 pontos.

Passando agora para o Herdade dos Templários Grande Escolha de 2005, feito a partir das castas Aragonês (60%), Castelão (20%) e Alicante Bouschet (20%), envelheceu durante durante pelo menos seis meses em Carvalho Americano e Francês. Um vinho de cor granada com intensos tons acastanhados, cheio, limpido e suave, com nuances a frutos silvestres (ameixa preta), frutos secos, couro, grãos torrados e especiarias. Na boca revela um sabor equilibrado, correcto e frutado, taninos suaves e aveludados, com um final longo e um tudo nada seco mantendo sempre uma brilhante harmonia. Em suma, um grandioso néctar (pena só restarem pouco menos de duas centenas de garrafas).A minha classificação pessoal fixa-se nos 93 pontos.

Falando agora da cereja no topo do bolo, no final da prova, fui fantásticamente surpreendido por um vinho licoroso verdadeiramente impressionante. Portentoso a todos os níveis. Com fumados muito suaves, de corpo leve e doce, muito elegante na boca, cheio de frescura, sofisticação e complexidade, com um final melado, acredito que vai dar muito que falar, um pouco por todo o Mundo, nos próximos tempos ! A minha classificação pessoal fixa-se nos 96 pontos.

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